16 Novembro 2021
Na organização do encontro de Joe Biden com o Papa, o secretário de Estado dos EUA pediu ao Vaticano para que restaurasse o acesso normal da imprensa para parte do encontro.
A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 15-11-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
A ligação veio um dia antes de o presidente estadunidense Joe Biden fazer a visita ao Vaticano, em 29 de outubro.
O cardeal Pietro Parolin, o secretário de Estado da Santa Sé, atendeu o telefone e do outro lado da linha estava Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA.
Com menos de 24 horas antes da chegada do “seu” presidente com uma massiva escolta de 83 carros – incluindo duas limusines blindadas – Blinken quis fazer um apelo pela imprensa.
Quando chefes de Estados visitam o Papa, um pequeno número de jornalistas que viajam com eles – e um grupo de locais credenciados na Sala de Imprensa da Santa Sé – tem o acesso permitido para o Palácio Apostólico para testemunhar partes do encontro.
Mas desde o início da pandemia de coronavírus no início de 2020, o acesso a esses curtos, mas preciosos momentos para sentir a atmosfera entre o Papa e seus convidados têm sido negado.
Antes da covid-19, os jornalistas podiam ver o encontro inicial entre os dois líderes e as saudações. Então, os líderes seguiam para as conversas a portas fechadas, e depois a imprensa poderia testemunhar a apresentação da comitiva dos convidados e a troca de presentes.
Quando membros da Associação de Correspondentes da Casa Branca souberam que não teriam permissão para entrar no Palácio Apostólico para a visita de Biden a Francisco, eles criaram um burburinho, assim como nós, da imprensa do Vaticano, temos feito nos últimos meses.
Eles, como nós, só queriam fazer apropriadamente seu trabalho.
A indignação deles conquistou o apoio de Antony Blinken, que fez aquele telefonema para o cardeal Parolin.
Mas do outro lado da linha, o cardeal permaneceu inflexível.
Regras são regras, disse ele ao principal diplomata dos EUA.
E o Vaticano não pretende se desviar delas sob pressão. Nem mesmo para um presidente estadunidense.
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O dia em que Antony Blinken ligou para o cardeal Pietro Parolin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU